7.28.2005

 
Será que existe no mundo mais algum maluco além de mim que tem Álvaro de Campos como amigo imaginário? E que conversa com ele? Em voz alta? Se existe levanta a mão!!

"A vida a bordo é uma coisa triste,
Embora a gente se divirta às vezes.
Falo com alemães, suecos e ingleses
E a minha mágoa de viver persiste."

Poxa, Álvaro... Coisa triste? Você conheceu o Oriente! Você foi à Índia, caralho!

"Eu acho que não vale a pena ter
Ido ao Oriente e visto a Índia e a China.
A terra é semelhante e pequenina
E há só uma maneira de viver."

Uma maneira de viver? Ah, mestre, sinto muito, mas discordo... Não é possível.. O que você foi fazer no Oriente que saiu de lá definindo como terra semelhante e pequenina?

"Fumo. Canso. Ah uma terra aonde, enfim,
Muito a leste não fosse o oeste já!
Pra que fui visitar a Índia que há
Se não há Índia senão a alma em mim?"

EXATO! Eu quero ir visitar a Índia justamente pra me certificar do quanto ela é parecida com a Índia que há dentro de mim! A Índia que faz parte da minha vida inexplicavelmente desde a infância!

"Leve o diabo a vida e a gente tê-la!
Nem leio o livro à minha cabeceira.
Enoja-me o Oriente. É uma esteira
Que a gente enrola e deixa de ser bela."

Mestre... com todo respeito... acho que você ficou frustrado por ter ido ao Oriente procurando paz de espírito e só ter encontrado o enjôo dos navios e do ópio. Isso deve ter impedido que você enxergasse a beleza que há na alma daquele povo...

"Que um raio as parta!
E isto afinal é inveja.
Porque estes nervos são a minha morte.
Não haver um navio que me transporte
Para onde eu nada queira que o não veja!"

¬¬ Estão está explicado... É inveja.

(Fragmentos de Opiário, Álvaro de Campos)
posted by Arlequina @ 8:24 AM   0 comments
 





7.24.2005

 
Sobre cigarro e maquiagem

Noutro dia estava conversando com uma amiga patricinha bem patricinha que freqüenta aqueles lugares toscos com playboys bonitinhos por fora e bizarrinhos por dentro, loucos por uma oportunidade de comer alguém. Daí ela comentou que não fuma quando sai á noite pra esses lugares porque poderia ser paquerada por um playbas não fumante e quando rolasse a pegação o cara ia se incomodar com o gosto do cigarro.

Claro que eu não poderia ouvir um absurdo desse calada. Logo eu, a grande feminista defensora das mulheres fracas, oprimidas e exploradas! Dei meia hora de sermão na minha amiga dizendo que ela não poderia se rebaixar e deixar de fazer algo que estava a fim só pra não correr o risco de não ser perfeita CASO apareça um ficante de uma noite. Se ele achar ruim o gosto do cigarro, paciência. Pega-se outro. A fila anda. É isso aí.

Minha amiga fútil que precisava tanto do meu iluminismo, coitada, ouviu tudo pacientemente e quietinha. Quando eu acabei, ela só me fez uma única pergunta: "Pra que você usa tanta maquiagem?". Filha da puta. Grandessíssima filha da puta. Eu uso muita maquiagem. Aperto meus pés em sapatos de bicos finíssimos e me equilibro uma noite inteira em saltos altíssimos. Esquento a cabeça no secador quase três vezes por semana. Faço dietas pra caber em roupas apertadas que inventam curvas que meu corpo nem tem. Visto toda essa armadura e vou pra balada, só que com um objetivo muito diferente do dela: eu esnobo. A coisa mais difícil no mundo sou eu catando homem de balada. Cruzes! Então vejamos... Toda essa preparação pra ir a lugares me sentindo bonita e agradando aos olhos de gente que tem uma grande probabilidade de NÃO me interessar. Portanto eu fumo a noite inteira, legal. Achou ruim? Foda-se. Mas uso muita maquiagem. E vou ao banheiro toda hora retocar. Vai que meu lápis ta borrado!

E foi com esse cheque-mate que a patricinha fútil passou na minha cara maquiada que eu não tenho nenhuma moral pra fazer esse tipo de crítica hipócrita a ela. Talvez uma queimadora de soutian tenha. Eu não. Eu sou uma feminista poser que usa soutian com enchimento.
posted by Arlequina @ 10:22 AM   0 comments
 





7.17.2005

 
E foi num estado vegetativo mental que eu estava sentada uma tarde dessas no calçadão da Orla, em frente aos fabulosos bidês coloridos do Dr. João Alves. Não adianta tentar refletir sobre política, a não ser pra render conversa "inteligente" em mesa de bar. Porque no fim das contas política é feita por seres humanos. E seres humanos são assim: passam pela ditadura com uma história linda, mas não passam pelo poder do mesmo jeito.

Poder... my preeeeeeeecious...

Então tem uns sete petistas no meu msn (ou ex-petistas, sei lá). Desses sete, quatro usam nick tentando expressar algum tipo de decepção. Dois expressaram algum tipo de decepção falando comigo particularmente. E com um eu nunca conversei sobre isso.

"A situação aqui tá muito pecuária, Dr. Gilmar Carvalho..."
posted by Arlequina @ 9:21 AM   0 comments
 





7.12.2005

 
Pior que exemplo é bom mesmo

Devo confessar que adorei a campanha nova do governo federal, aquela do bom exemplo. Se não der em nada, vale pelo menos a tentativa de inserir um pouco de cidadania na cabeça do povo que vê a malandragem como parte da sua identidade cultural. Ainda que o governo em si não estja dando muito bom exemplo, mas isso é assunto pra outro texto.

Eu sempre fui uma sonhadora anarquista. Do tipo que imagina um mundo onde as pessoas não precisariam lutar contra instituições e regras simplesmente porque as instituições e regras não precisariam existir. Todo mundo guiaria suas ações de acordo com as leis do bom senso e todos viveriam em harmonia. Os problemas existiriam, mas não seria preciso a existência de policiais, juízes, advogados, deputados, vereadores, leis nem nada disso para resolvê-los. Todos seriam intelectualmente capazes de chegar a um acordo sobre a medida mais justa e correta a ser tomada em cada situação.

E não estou falando de nada politicamente correto, até porque ODEIO o politicamente correto. Inclusive acho que o melhor exemplo do politicamente correto são os Estados Unidos, que, convenhamos, não é exemplo a ser seguido por ninguém. Como adotei a expressão "sonhadora anarquista" sozinha mesmo, admitindo minha ignorância e falta de vontade (pra não dizer preguiça) de pesquisar o tema Anarquismo a sério, nem falava sobre minha grande utopia de mundo com ninguém, achando que nego iria considerar isso ridiculamente impossível e eu pegaria fama de hiponga tresloucada sem noção. Mas um belo dia ouvi Marcelo Nova (um cara a quem eu admiro demais muitão pra caralho) dizer exatamente isso. Bom, pelo menos não sou a única que acredita nessa maluquice. Talvez até existam mais.

Aí lembrei de uma história que um professor de Geografia que eu tive me contou sobre o Canadá. Ele foi passar férias lá com uma excursão e recebeu etiquetas com orientação de colá-las nos objetos de valor dizendo o nome dele, o quarto em que estava hospedado e o telefone do hotel. Obviamente na cabeça de um brasileiro isso não teria serventia nenhuma, mas ele colou as etiquetas mesmo assim. E perdeu a sua câmera fotográfica profissional em um dos passeios. Pra ele a viagem já tinha acabado, diante de tamanho contratempo. Ao voltar pro hotel, SURPRESA!, já tinha um recado na recepção. Um canadense tinha achado a câmera e estava se disponibilizando a devolver. "Lá vem golpe, esse cara vai cobrar vários e vários dólares. Vai ser mais vantajoso comprar uma câmera nova.", pensou o professor que, como todo brasileiro, pensa em primeiro lugar no que vai ser mais vantajoso pra ele, claro. Mas o canadense não estava interessado em receber recompensa. Só queria devolver a câmera, só isso. No entanto ele morava muito longe do hotel e a programação da excursão no dia seguinte não cruzava em momento algum com sua rotina. Então ficou combinado que o anfitrião deixaria a câmera pela manhã dentro de uma sacola preta no banco assim assado da praça tal, onde a excursão passaria pela tarde. "Ta bom, vai deixar mesmo...".

E num é que no banco assim assado da praça tal (SURPRESA!) havia uma sacola preta?? O professor e seus colegas de excursão se aproximaram muito intrigados e com muito, muito cuidado. Poderia ser alguma brincadeira sem graça. Um dos turistas cogitou a hipótese do cara ter enchido a sacola de merda pra pregar uma peça. Alguns até observavam ao redor a procura de uma câmera escondida achando que aquilo só podia ser alguma pegadinha de algum Faustão canadense. Pois sabem o que tinha dentro da sacola? Vejam só que coisa! A câmera! E mais: Um bilhete dizendo "For Fulano. Please, let me know if you got the camera. Hope you enjoy our country." Traduzindo: "Para Fulano. Por favor, me informe se você pegou a câmera. Espero que goste do nosso país." Sinistro!

Constrangido com tamanha cordialidade, o professor se sentiu na obrigação de dar uma justificativa ao guarda que observava tudo a alguns metros do banco.

-Bom dia. Olha, eu to pegando a sacola, mas ela é minha ta?
O guarda olhou com cara de espanto e respondeu:
-E se não fosse sua, o senhor iria pegar?

O mais impressionante é que eles são seres humanos. Desse mundo mesmo. Não de Órion. Do planeta Terra. Viu? Eles existem. A humanidade pode ser um negócio legal, quem sabe... É só uma questão de tempo e evolução... E de seguir bons exemplos.
posted by Arlequina @ 8:06 AM   0 comments
 





7.09.2005
lulu santos
 
Mais uma sobre a babaquice humana


Era num tempo que por algum motivo tinha show do Lulu Santos todo mês aqui na cidade. Coincidentemente a mesma época em que se gritava aquele grito de guerra fantástico que muitos funkeiros reivindicaram a autoria: "Ah, eu to maluco!". Então. Lulu Santos é nacionalmente conhecido por ser um babaca arrogante. Beleza, eu fui ver um show, não fui ver uma palestra. Mas o tempo entre uma música e outra foi suficiente pra começar esse "diálogo":


Galera: Ah! Eu to malucô! Ah! Eu to malucô! (x#)
Lulu Santos: Eu acho um absurdo o poder que a mídia tem sobre a mente de vocês!
Galera: Aeeeeeeeeeeeeeeeeeê!!! Ah! Eu to malucô! Ah! Eu to malucô!
Lulu Santos: Qualquer merda que eles inventam e enfiam na sua cabeça vocês saem repetindo!
Galera: ...
Lulu Santos: Eu acho esse negócio de aheutomaluco uma babaquice!
Galera: Aeeeeeeê!
Lulu Santos: UMA BABAQUICEEEEEE!
Galera: Aeeeeeeê!!! Uh, Tererê! Uh, Tererê!


Imaginei que Lulu Santos deve ter percebido que o mundo não estava preparado ainda pra compreender sua sábia filosofia sobre a cultura de massa, então emendou logo outra música. Pobre e incompreendido artista...
posted by Arlequina @ 7:21 AM   0 comments
 





7.08.2005
Diga-me do que tu gostas...
 
Diga-me do que tu gostas...

Então com 22 anos eu decidi gostar de System of a Down. Um amigo riu. Outro também. Outro me disse pra tomar vergonha na cara porque eu já passei da idade de gostar de uma banda de new metal, porque isso é coisa de adolescente. Tentei dizer que Sistem of a Down não é new metal, não é nada. É System of a Down. Uma das coisas mais criativas e debochadas que eu já ouvi. Não adiantou. Tudo bem, porque eu fechei meus olhos pra visualizar uma fã de System of a Down e o que vi foi uma menina de 14 anos com calça larga, cinto de tachinhas, piercing na sobrancelha e tênis all star no shopping. Perguntei a ela do que mais ela gostava e ela me disse "Avril Lavinge, Link Park e Slipknot". Não sou eu.

É o que acontece quando falo que sou fã do Brad Pitt. E não adianta dizer que acho o cara o ator mais foda dos fodas de Hollywood e que ele fez muitos dos meus filmes preferidos. Uma fã do Brad Pitt só pode gostar do Brad Pitt porque ele é bonito. Logo, ela é fútil e boba. E ponto final. Assim como uma pessoa que enfia Moulan Rouge na lista de filmes preferidos está no clube do fúteis. E do mesmo jeito que quem lê Sidney Sheldon só o faz porque não tem intelecto suficiente pra ler Nietzsche. E quem faz Yoga e sonha em conhecer a Índia é um bobo alegre em busca de iluminação de maneira cult feito a Tiazinha (queeem?).

A humanidade é besta né? E eu sou besta também. Só pelo simples fato de achar que eu preciso "admitir" que gosto de alguma coisa e que esse ato comprova minha coragem e ousadia, já estou sendo besta.

Pois bem. Não acredit0 nessa história de que você é o que você gosta. O que você é vai depender dos motivos pelos quais você gosta disso ou daquilo, das informações que você consegue absolver e como você as utiliza na sua vida.

Mentira. Porque esse discurso bonito só se aplica a mim mesma. Se você for fã do Los Hermanos, é chato. Se for vegan, é chato. Se for do DCE, é chato. Se gosta de Woody Alen e Almodolvar, é um absurdo de chato. Se assiste Malhação, é deficiente mental. Eu não sei ver os outros com essa grandeza espiritual toda e no fundo sou apenas uma humana ridícula limitada que só usa 10% da sua cabeça animal.

Mas sei fazer discursos bonitos. E, foda-se, eu gosto de System of a Down.
posted by Arlequina @ 12:30 PM   0 comments
 





z
 
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posted by Arlequina @ 12:08 PM   0 comments
 




il libretto

 

Rss


"Em qualquer terra em que os homens amem. 
 Em qualquer tempo onde os homens sonhem.
 
                                                        Na vida."

Máscaras - Menotti del Picchia

 

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Homem é Tudo Palhaço
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A Casa das Mil Portas

 

clap

 

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