ENFIM, ESTATÍSTICA!
Será que alguém ainda freqüenta esse blog? Se freqüenta, será que alguém reparou que eu mudei singelamente meu perfil ali do lado? Não sou mais uma "estudante de comunicação louca pra se formar". Hoje sou uma comunicóloga free lancer de vida instável que nunca sabe se vai ter como pagar as contas no fim de mês. Estou formada!
Hoje foi a minha colação de grau. Nada de beca, cerimônia, paraninfo, diploma simbólico. Nunca quis essas coisas e nunca entendi por que as pessoas querem e obrigam os amigos e familiares a comparecer em colações de grau. E gastam dinheiro com essa chatice quando poderiam comemorar alegremente numa mesa de bar. Minha colação foi no Centro de Ciências Humanas, na sala do diretor. E mesmo assim não escapei de fazer um juramento "perante a Deus e a Academia" de que exerceria minha profissão dentro da lei. Em troca, bem que Deus e a Academia podiam jurar que eu terei várias oportunidades de exercer minha profissão. Mas o mundo é injusto.
Além de mim, mais 4 aversos a cerimônias pomposas optaram por colar grau no CECH, longe de holofotes. Enquanto esperávamos, o filho de uma formanda de uns 20 anos (o filho, não a formanda) por motivos cármicos me achou simpática e resolveu puxar assunto. Queria saber no que eu estava me formando.
- Rádio e TV. - Ah, então você pode me dizer por que a Universidade não tem uma Rádio. - Na verdade tem, está em fase de implantação. - Você ajudou a construir? - Não. Não é do curso. É da Universidade. O departamento está vendo como os alunos vão participar desse processo. - Mas você estudou aí e não ajudou a fazer a rádio? - Mas ainda está em implantação! Não tem programas feitos! - Mas quem fez não foram os alunos???
Aí eu entendi o que ele estava dizendo. Sim, respeitável público, o cara achou que eu, como bacharelanda de Rádio e TV, devia saber como se CONSTRÓI uma rádio. Eu deveria ficar lá nos andaimes, dando ordem pros pedreiros, verificando as instalações técnicas, conferindo a altura da torre. Afinal de contas, é isso que estudantes de Rádio e Tv fazem, não? Constróem (e talvez até consertem), aparelhos e emissoras de Rádio e TV, ué.
- Não, querido. Não é isso que a gente faz. A gente estuda teorias de comunicação. - E precisa de Universidade pra isso é?
*Não deixa de ser uma boa pergunta*
- Vem cá, sua mãe tá se formando em quê? - Em Letras Português. - Então pergunta a ela se precisa de universidade pra isso. Afinal, todo mundo que nasce no Brasil não sabe falar português? - Ah, mas as pessoas falam mal né? E escrevem mal também.
*O cine-Pasquale que o diga*
- Pois é, as pessoas comunicam mal também. - Ué, mas eu, por exemplo, nunca fiz faculdade de comunicação e estou aqui me comunicando com você, não estou? - É mesmo, aproveita e pede pra assinar uma colação de grau também, ué. Afinal de contas, eu estou aqui há seis anos e não estou conseguindo me comunicar com você. Moça, seu filho é um prodígio, hein!
ATO CONTÍNUO, a mini-cerimônia começou, assinei meu papel e me livrei da UFS. Mês que vem chega meu diploma. Daqui pra lá, vou procurar um curso de consertos de rádio e de TV, just in case.
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