1.30.2012
A lenda do Ghalachau
 
Ghalachau era um duende do bem. Meio tímido, mas amigável. Gostava de música e poesia, tinha um abraço que curava, sabia fazer poções mágicas que davam o dom da alegria e eloquência a quem as tomasse e podia assumir a forma de um monstro furioso para afugentar o mal e proteger seus amigos. 

O único problema de Ghalachau era um defeito de nascença. Toda vez que era magoado, ele soltava uma fumacinha que machucava muito os olhos das pessoas ao seu redor. Por isso desde pequeno Ghalachau aprendeu que deveria evitar o máximo se irritar. Caso acontecesse, ele teria que se isolar e esperar a fumaça se dissipar irritando somente os olhos dele. Afinal de contas, a fumacinha venenosa era problema dele e de mais ninguém. 

Nem sempre era fácil lidar com essa maldição. Ghalachau tentava compensar de várias maneiras,  sendo mais tolerante com os seres encantados do que qualquer outro duende seria. Principalmente porque tinha amigos maravilhosos que faziam questão de ressaltar que, apesar do grande defeito, eles ainda conseguiam enxergar as qualidades de Ghalachau. Mesmo assim, o pobre duende não conseguia ficar em paz, pois precisava lidar com o terrível sentimento de culpa toda vez que a fumacinha escapava e feria os olhos de pessoas inocentes. 

Durante toda sua vida, Ghalachau ouviu que se não descobrisse a cura pra essa maldição acabaria sozinho e teria que morar em alguma gruta distante na floresta, onde não pudesse fazer mal aos olhos de ninguém. Mas um dia ele encheu a porra do saco e resolveu deixar a fumaça fluir, cegando todo mundo que o magoasse. Os seres encantados ficaram em polvorosa com a notícia de que Ghalachau não mais controlaria o seu terrível defeito. A maioria resolveu se afastar, indo morar em um lugar bem longe onde seus olhos não corressem perigo. Mas alguns resolveram que não abriram mão das poções mágicas de Ghalachau e decidiram ficar por perto. 

O duende ficou com menos amigos, é verdade.  Mas os que ficaram foram justamente os que evitavam magoar Ghalachau. Não por medo, mas porque eles sabiam que Ghalachau, como qualquer duende, era sensível e tinha seus limites.  Às vezes acontecia, mas eles eram conscientes de quem tinha provocado a fumaça e se desculpavam. Ghalachau, que não era de guardar rancor, se desculpava pelo inconveniente também e tudo acabava com um beijo nos olhos e um copo de poção mágica.

Moral da história: FODA-SE.   

posted by Arlequina @ 10:37 AM  
 



0 Comments:
Postar um comentário
<< Home


il libretto

 

Rss


"Em qualquer terra em que os homens amem. 
 Em qualquer tempo onde os homens sonhem.
 
                                                        Na vida."

Máscaras - Menotti del Picchia

 

outros palhaços

 

Ai Minha Santa Aquerupita!
By Julia
Meu Melhor Amigo Gay
Quero te pegar sóbrio
Cara de Milho
Humano e Patético
Bodega da Loli
Café e Cigarros
Flor de Hospital
Diário de Trabalho
Homem é Tudo Palhaço
Vida Bizarra
A Casa das Mil Portas

 

clap

 

Opera Bufa
Desenblogue
Pérolas para porcos
Piores Briefings do Mundo
Malvados
Vida Besta
Omelete
Danilo Gentili
Wagner & Beethoven
Ryotiras
Vai trabalhar, vagabundo!
Follow the Colours
Design On The Rocks
Puta Sacada
4P
Anões em Chamas
Kibe Loco

 

o carnaval que passou