As pessoas - Parte II De todos os seres existentes no mundo, o humano é o mais ridículo. Mais do que a lontra. Mais do que o ornitorrinco. O ser humano comete constantemente dois pecados comuns e banalizados chamados GULA e VAIDADE. Geralmente ambos vêm de mãos dadas. A vaidade é o que mais ridiculariza o ser humano. Mais do que um corte de cabelo dos anos oitenta, mais do que uma barriga branca flácida e cheia de estrias tomando sol em Copacabana. A necessidade de estar por cima, de dizer que manda, de ter o controle, de ter a última palavra, de ser o rei dos argumentos. Daí vem a gula. O querer tudo ao mesmo tempo. O querer poder, querer prestígio, querer admiração, querer respeito, e ainda por cima, querer ser feliz. E, além disso tudo, ainda querer estar certo. É tanta gula alimentando tanta vaidade que os seres humanos (ridículos seres!) às vezes percebem que não tem espaço no palco pra tanto palestrante com tanto brilho e tanta certeza. Então eles não têm escrúpulos de pegar um momento-refém pra mastigar como um chiclete, distraindo a gula de sua vaidade até chegar a sua vez de subir no palco novamente. De todos os seres existentes no mundo, o humano é o mais ridículo. E é por isso que eu continuo preferindo os yorkshires. -
Toca Raúl!
Gente
Gente é tão louca E no entanto tem sempre razão Quando consegue um dedo Já não serve mais, quer a mão E o problema é tão fácil de perceber É que gente Gente nasceu pra querer
Gente tá sempre querendo Chegar lá no alto Pra no fim descobrir Já cansado que tudo é tão chato Mas o engano é bem fácil de se entender É que gente Gente nasceu pra querer
Em casa, na rua, na praia, na escola ou no bar... Gente fingindo, escondendo seu medo de amar... |