4.30.2011
Insensível
 
Eu amo. Amo muito. Amo intensamente e sofro e passa. Amo tanto, que faço questão de amar o etéreo, só pra ter a certeza de que vai acabar a tempo de amar pra sempre, de todas as maneiras que puder, com todas as possibilidades que tiver.

Eu amo demais pra perder tempo.
posted by Arlequina @ 10:52 AM   2 comments
 





4.14.2011
You know I go crazy if I don’t go crazy tonight – Parte 2
 
Ao sair do show no sábado, estava decidida a me posicionar na pista do show de domingo a uma distância do Bono suficiente para que o suor dele pingasse em mim.  Primeiro pensei em ficar direto na fila. Dormir é pros fracos. Depois achei que um cochilinho não mataria e que precisaria de comida pra aguentar mais um dia da maratona fã histérica. Precisaria, principalmente, do ingresso de domingo, que estava em casa. Ok, voltei, preparei tudo e dormi com despertador ajustado pra 4:40 da manhã. Acordei irritada, mal humorada, cansada, detonada. Não se vai a um show do U2 nesse estado de espírito. Decidi dormir até o corpo e a ansiedade entrarem em um acordo. Acordei às 7, saí de casa às 8 e cheguei lá às 9, sem esperança de entrar no Inner Circle (a área vip que não é vip), mas pelo menos pegaria um lugar ok. Aí conheci Aline, a carioca legalzona que estava na fila logo na minha frente. Ela me revelou o grande engodo da necessidade de acampar semanas pra entrar no Circle, visto que tinha ido ao show no dia anterior também, chegou às 9 e ficou a uma distância do The Edge (ela era fã do The Edge) suficiente para que o suor dele pingasse nela. Eis que a CHAMA DA ESPERANÇA se reacende.

 10/04/2010 – MEET ME IN THE SOUND!

Como eu passaria pelo menos umas 10 horas na companhia daquelas pessoas, tratei de suprimir minha falta de habilidade social e fazer novos AMIGOS. Além da Aline, conheci um casal que tinha U2 como trilha sonora do amor deles. Ooown. Conheci Carol, uma fã quase quarentona que trazia várias informações irrelevantes sobre o Bono e me causava uma sensação perturbadora de “eu sou você amanhã.” Graças a ela, descobri que o Bono não usa cueca, tem medo de altura e uma amante em Buenos Aires (?). Conheci a única fã do Adam Clayton do mundo (na moral, QUEM é fã do baixista?) e uma piriguete que era doida pelo U2 porque o baterista é bonito. Não acho legítimo, mas cada um que sabe o que idolatra, não é minha gente? Enquanto isso, minha amiga Pipoca lutava contra o mau humor, muito de saco cheio do papo de fã e certamente desejando a minha MORTE por praticamente tê-la obrigado a me fazer companhia na empreitada. E eu estava me divertindo.

Eu tava ali!
Até que o tempo passou rapidinho.  Quando me dei conta, a fila quilométrica já tava andando e o meu estômago acompanhava o caminhar com um incrível movimento de rotação. Aline tinha instruído a gente: chega de bolsa aberta e ingresso na mão, facilita a revista e, uma vez lá dentro, CORRA. Foi o que eu fiz. Corri como se não houvesse amanhã. Os seguranças faziam barreiras e pediam pra ter calma. Foda-se a calma, eu tava running to stand still na frente do Bono, caralho! Cheguei. CHEGUEEEEEEEEEEI! Entrei no círculo, me inslatei na frente do palco E GRITEI! Em seguida achei Pipoca e Aline (corrida é independente, foi mal) e fiquei chateada por minhas outras companheiras de fila não terem encontrado o caminho mágico da entrada do Inner Circle. Mas agora seria eu e Bono, Bono e eu. E as outras 3.500 pessoas que cabiam naquela área.

Vamos pular as cinco horas de espera, com chuva, com frio, sem espaço, sem água (DEUS ME LIVRE ter vontade de fazer xixi no meio do show. Deus me livre!) e dividindo território com babacas. Babacas surtados por terem passado sei lá quanto tempo acampando no Morumbi e por isso brigavam com o segurança, com o vendedor de água, entre si, esquecendo completamente o que nós estávamos ali pra ver. Bono, não me confunda com aqueles babacas. Não confunda a Aline. Nós somos crias do U2 de verdade. E acredito que a maioria ali também era. Pulemos os babacas então.

Vamos direto pra parte em que eles entram no palco e eu entro em transe. O Bono tá na minha frente. O Bono tá na minha frente. O Bono tá cantando Let me be your lover tonight. Na minha frente. The real thing. Logo em seguida, vem a primeira surpresa. Eles anunciam que é uma ocasião especial, então cantariam uma música especial. E começa nada menos que OUT OF CONTROL. Uma música do PRIMEIRO ALBUM (e que não era a chatíssima I Will Follow). Foi a hora que acordei do transe e olhei pros lados, querendo saber se aquilo era verdade ou se tava delirando. Outros fãs se encaravam com a mesma expressão. Um jogral de exclamações começava. PUTA QUE O PARIU, É OUT OF CONTROL!!! Eu me lembro a letra e todos aqueles que lembravam se tornavam automaticamente meus melhores amigos. Eu tava vendo U2 cantar Out of Control. Na minha frente. Depois fui parte do coro escandaloso gritando LET ME IN THE SOUND e não me enche o saco. Aí vem a hora das passarelas móveis. The Edge sobe em uma e o Bono em outra. Adam e Larry passeiam pela passarela fixa. Eu não sei pra que lado estico meu pescoço. E o The Edge passa por cima de mim. Olha, muita coisa pode acontecer nessa vida, mas NADA terá condição de superar esse fato: o The Edge passou por cima de mim. Enquanto isso, o Bono passava ao lado. A banda toda passava em volta de mim. O U2. Em volta de mim. Na minha frente, em cima, atrás, por todo lugar. Comecei a chorar e achei que nunca mais fosse parar. Tocaram música nova. A gente já sabia a letra. Tocaram Miss Sarajevo. A gente sabia a letra. De repente o palco megalomaníaco se encheu de luzes que esconderam o Bono. Ele cantou Zooropa.

ELE CANTOU ZOOROPA! Pela PRIMEIRA VEZ na história dos shows do U2 eles tocaram ZOOROPA! PUTA QUE PARIU, ERA ZOOROPA!

What do you want? What do you want? Watch your spell. Let’s go to the overground. She’s gonna dream up the world she’s going to live in. SHE’S GONNA DREAM OUT LOUD!

Era ele. O Bono. Lembrando o lema da minha vida que tantas vezes eu chego perto de esquecer. Lembrando ao vivo. Lembrando de maneira que nunca mais vou esquecer de novo. O que você quer? O que eu quero? I will dream out loud. I’ll always dream out loud the world I’m going to live in. E não vou admitir que me mandem calar a boca. Obrigada, Bono. Obrigada.

Obrigada também por Ultraviolet. Obrigada por One. Obrigada por Walk On. Obrigada por Moment of Surrender – e dessa vez uma das luzes de celular era minha. Obrigada por eu ter saído do Morumbi com a sensação de que renovei os votos com a minha vida. Com o que penso do mundo. Com a maneira que eu acredito que ele deve ser. Me questionando sobre o que posso fazer de melhor. Obrigada pela diversão, pela alegria, por tantos anos de colo. Obrigada, U2. Obrigada.

Acho que quase ninguém vai ler esses três últimos textos na íntegra. Eu sei que fui repetitiva, mas quero me agarrar a cada momento desse episódio. Desde a dificuldade de conseguir ingresso, a ansiedade, as filas, o ver de fora, o ver de dentro, o depois, o agora. Não quero perder um segundo que seja dessa emoção.

Não é racional, não é inteligente, não é explicável. Ter ídolos não é coisa de gente mentalmente saudável e bem resolvida. FODA-SE. Eu desejo de coração que todos vocês possam um dia experimentar uma paixão como essa. Sem condição, sem fins lucrativos, sem ponto fraco. Eu desejo MESMO que vocês tenham uma trilha sonora na vida e tenham a sorte de escutá-la ao vivo. Que sejam capazes de se emocionar com música e poesia. Que sejam inspiráveis.

All because of you, I am. 

posted by Arlequina @ 12:20 PM   12 comments
 





4.11.2011
You know I go crazy if I don’t go crazy tonight - Parte 1
 
Todo mundo sabe o desespero que foi comprar ingresso pro show do U2, qualquer que fosse o setor. Quando eu recebi a ligação da minha amiga dizendo que o namorado dela tinha três cadeiras cativas no Morumbi, fiquei tão nervosa que fiz xixi nas calças. É sério. Tudo bem que o Bono não me alcançaria nos camarotes pra me chamar pro palco, mas eu estaria lá e isso bastava.

Mas uma semana antes do show despiroquei e cismei que iria na pista também, custasse o que custasse. Mentira, botei um limite de preço aceitável, justo e cabível e fui ao site do fã-clube tentar a sorte, buscando algum fã do U2 de verdade com ingresso disponível que não quisesse arrancar meu couro. E ACHEI. Com dois ingressos na mão, foi só morrer de ansiedade e aguardar o que prometia ser o melhor fim de semana da minha vida.

Pra não ficar cansativo, vou contar em duas partes. Se você não gosta de U2, foda-se. Vou passar muito tempo da minha vida falando só disso, nem que tenha que falar sozinha e perder todos os meus amigos. Beijos. :P

09/04/2010 – MAGNIFICENT!

Tudo que eu sabia sobre fila desse tipo de show é que o CAOS REINA. Ouvi falar de gente acampando lá desde SEGUNDA pro show DE DOMINGO. A histeria me contagiou a ponto de eu ficar com medinho de não conseguir pegar um lugar bom nas cadeiras especiais. Aliás, eu não queria um lugar bom. Espero por esse momento há pelo menos uns 15 anos, então eu queria o melhor lugar do universo. Meio-dia tava lá, inclusive pra ver o oba oba das filas e conhecer alguns fãs desesperados que fizessem com que eu me sentisse menos babaca. Além de um esperado cover do Bono, encontrei uma menina fantasiada de The Edge. Encontrei também um pessoal usando camisas escritas LARRY MULLEN BAND. Sabe o que é Larry Mullen Band? Foi o primeiro nome que a banda teve em 76, durante MESES, antes de se chamar U2. E preciso confessar que foi bem legal trocar um olhar de cumplicidade com essa galera tipo “To ligada na de vocês, hein!” Me senti um irmão de maçonaria fazendo cumprimento secreto.

Bem, o portão abriu, a perna tremeu e a gente entrou. Me instalei confortavelmente no lugar mais próximo do palco e esperei o tempo que não passava nunca. Vamos pular a parte que passei mal de ansiedade, tremi dos pés à cabeça, tive todas as necessidades fisiológicas possíveis e até inventei umas novas. Vamos pular também a parte que um casal apareceu do nada querendo que eu dividisse o meu lugar com eles, o meu lugar TÃO LINDO que eu cheguei milhões de horas antes pra conseguir. Claro que disse que NÃO e claro que eles quiseram se vingar e colaram um chiclete na minha cadeira. Passei o show com um chiclete na bunda. Vamos pular o show do Muse, que é até legal, mas não é U2.

Vamos direto pra parte que o portão da pista abriu e a galera entrou correndo DESESPERADA pra conseguir ficar no Inner Circle. Não sei se vocês sabem, mas show do U2 não tem área VIP. Eu não sabia e quando soube não acreditei. O Inner Circle é um lugar com quantidade de gente limitada, mas faz parte da pista. Pra ficar lá na frente lambendo a bota do Bono, basta simplesmente chegar cedo. Bom, “chegar cedo” é uma coisa meio relativa numa fila com gente que acampa uma semana, mas não se paga um real a mais por isso. A emoção de quem conseguia entrar no círculo se espalhava pelo estádio inteiro. A galera comemorava não só a própria chegada, mas a de todo mundo que entrava. Parecia gol do Brasil em Copa. :) Decidi que era ali que eu estaria no dia seguinte, mas deixei pra planejar isso depois se não ia acabar me jogando lá em baixo de ansiedade.

Daí começou o show.


Essa é a parte que eu travo e nem sei direito o que escrever. Eu fiquei muito nervosa, muito besta, muito EMBASBACADA. Tinha um show do U2 acontecendo e eu estava nele. Lembrei do quanto eu chorei, aos 15 anos de idade, por meu pai não ter me deixado ir ao Pop Mart, o primeiro show deles no Brasil. Lembrei do quanto me arrependi por não ter ido ao Vertigo em 2006, pra dar prioridade pra um namorado que de maneira nenhuma merecia essa minha frustração. Lembrei de quantas e quantas vezes chorei sozinha no quarto por tantos motivos diferentes, tendo o Bono como companhia. Lembrei de tantos momentos que U2 foi trilha sonora da minha vida. E enquanto lembrava disso tudo... chorava mais. Todo mundo sentadinho bonitinho nas cadeiras especiais, assistindo o show civilizadamente, e eu era a única louca, histérica, chorona, descontrolada. Me orgulho de mim.

E ver aquele palco, aquela produção toda... gente. O estômago tá doendo só de pensar. Parecia uma evolução da nave da Xuxa de tão exagerado e pirotécnico.  Lindo. Sempre achei babaquice artista que decora uma ou outra palavrinha em português pra fazer graça, mas o Bono falando “pizza de jaca” e “balada” foi lindo. Toda e qualquer coisa que ele fizesse eu achava lindo.


E o set list, meu deus... Ahhh o setlist... Por mais que já tivesse escutado Miss Sarajevo, nada se compara à emoção de ouvir aquilo ao vivo. Por mais previsível que fosse, não deu pra não ficar de cara com o telão passando os nomes das crianças que morreram no Rio enquanto o estádio inteiro era iluminado apenas com luzes dos celulares da galera. Beautiful Day, a música que conseguiu transformar um ano inteiro em um dia realmente lindo da minha vida, ali, ao vivo, a cores. One, Misterios Ways, Until the End of the World, Even Better than the Real Thing, toodas as minhas músicas preferidas do meu album preferido AAAAAAAAH!

Saí com o “ooooô oooô” de Moment Of Surrender na cabeça e uma sensação estranha, bem estranha. Meio deslumbrada, confusa, até com dificuldade de lembrar alguns pedaços do show. Tava feliz e triste ao mesmo tempo, muito emocionada, muito encantada. Parecia que tinha sido tudo um sonho. E o melhor: no dia seguinte sonharia de novo.

Ver o palco inteiro foi bem legal, mas preciso confessar que o melhor de tudo era saber que em breve eu estaria lá em baixo. Não adianta, fã não pode assistir apenas. Fã tem que SER o show. E a ansiedade recomeça. 
posted by Arlequina @ 3:10 PM   5 comments
 




il libretto

 

Rss


"Em qualquer terra em que os homens amem. 
 Em qualquer tempo onde os homens sonhem.
 
                                                        Na vida."

Máscaras - Menotti del Picchia

 

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