1.20.2006 |
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Tá ligado FODA? Rogério Skylab é.
"Uma carrocinha de cachorro quente Espia só o vendedor Olha prum lado, olha pro outro, Disfarça, não vem ninguém A lá Ele tá enfiando a mão dentro da calça Aquela mão que segura o cachorro-quente A lá Ele tá coçando o cú com a mão Moça, ô moça, num compra cachorro-quente não!"
(Carrocinha de Cachorro Quente - Rogério Skylab)
http://www.rota66.com.br/skylab/ |
posted by Arlequina
@ 8:47 AM
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1.13.2006 |
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O Rio de Janeiro me persegue. Acabei de retornar à Buracaju, minha cidadezinha do coração, e uma das primeiras coisas que sou convidada a fazer é assistir o badalado documentário "Sou Feia Mas To Na Moda", que tinha como tema o quê? o funk carioca. Pelo título debochado e por tomar conhecimento de que tinha o dedo do Allan Sieber, fui apostando que seria uma coisa nova e criativa. Porra nenhuma. Valeu a pena porque tinha legendas em inglês. Sabia que "vai popozuda" em inglês se escreve "go, big bum putt"? Pois é. No mais, só mais uma análise cult-demagógica do "grande movimento cultural AND feminista que está conquistando espaço na sociedade". Aquele blá blá blá de sempre.
Uma coisa que não entra na minha cabeça é esse escarcéu todo. Funk carioca pra mim nunca vai ser nada mais do que o jeito que todo mundo fala no dia a dia da periferia do Rio, sobre os assuntos que se falam no dia a dia da periferia do Rio, com os interesses do dia a dia da periferia do Rio, só que cantado e com uma batida americana no fundo. Só. Mas é claro que isso é divertidíssimo. Pelo menos eu acho.
Um grupo de machão sarado cantando que homem de verdade tem que ter tem que ter tem que ter uma amante é divertido. Um grupo de gostosona brega respondendo que mulher de verdade quer otário pra bancar a-ha a-ha um otário pra bancar também é. Mas um grupo de cineasta do óculos quadradinho analisando isso como movimento cultural neo-feminista é patético. Porque Joana Darc não foi à guerra pra seiscentos anos depois aparecer intelectualzinho de merda levando muito a sério teorias sociais fabulosas afirmando que mulher de verdade é aquela que arruma um otário pra bancar. Tenha santa paciência. Me irrita profundamente chamar de feminista uma mulher que comete a graaaaande ousadia de responder o mais babaca dos homens no mesmo (baixo) nível. Porque, se é pra levar a sério (coisa que evito fazer em prol da manutenção da leveza da vida), é assim que eu vejo. Se não for pra levar a sério, eu acho engraçado. Mas feminista naaaão!!!
E digo mais. Noutro dia tive a oportunidade de ter em minhas mãos uma Marie Claire, sempre muito bem vinda na sala de espera do consultório do dermatologista. E na revista tinha uma entrevista com a GRAAAAANDE Tati Quebra Barraco. E depois da entrevista digo que pra essa senhora, por sinal autora da frase-título do documentário babaca, eu pago um pau sim! Ela demonstrou um desdém tão absurdo diante dos holofotes da Indústria Cultural que a elegeu pra ser produto, podendo envergonhar jornalistazinhos de merda que insistem em classificá-la como celebridade. E o melhor de tudo: sem ter nem noção do que tava fazendo! Como não ser cativada por uma nêga que diz que, quando a fama passar, sabe que tem muita casa de família pra ela trabalhar, que seu maior luxo é usar calças da gang, perfume da Natura e colares de ouro e que canta putaria só porque gosta de sexo e pronto? E o trecho mais FODA pra mim foi esse aí:
MC Você foi convidada pelo Ministério da Cultura para representar o Brasil em um encontro feminista na Alemanha no ano passado. Como foi essa viagem? Tati Foi bom, me trataram bem. Fui lá, ganhei meu dinheiro, voltei. Mas o dia demorava a passar, queria voltar logo porque aqui era véspera de feriado. Todo mundo na cachaça e eu lá [faz cara de tédio]. A cerveja era ruim, quente e doce. Comprei uma câmera digital, mas achava tudo caro e preferia comprar aqui. MC Viagens e riqueza atraem você? Tati Não. Eu sou uma mulher sem cultura, que só quer ganhar o seu dinheiro e voltar para casa. MC Não tem um lugar que você queira conhecer? Tati Queria ir à Bahia, mas já fui. Acho que gostaria de conhecer Beverly Hills, ver as patricinhas da televisão, porque eu via muito o seriado "Barrados no Baile". Agora veja bem. Já que as pessoas precisam tanto de ícones, a Tati deveria ser um ícone do suprasumo do deboche com a cara da mídia. Ela não tá aí pra liderar movimento nenhum, ela só quer ganhar dinheiro honestamente! SÓ! Isso tudo pra mim é uma grandessíssima piada do mais alto porte e da mais fina graça e eu não consigo entender como tem gente que considera funk carioca UM MOVIMENTO CULTURAL SERÍSSIMO!!! Ou pior ainda: UM MOVIMENTO FEMINISTA!!! Então já que todo mundo tem uma opinião formada sobre o assunto, taí a minha. Vcs, intelectuais, podem ser muito inteligentes e se deslumbrarem com qualquer coisa, como se todo ser humano de universos diferentes do seu devesse ser admirado como animal exótico no zoológico. Mas toda inteligência de vocês, cheia de análises e teorias, nunca vai ser capaz de entender como pode uma pessoa só querer simplesmente fazer muito sexo, comprar calça da Gang, ser feliz e andar tranqüilamente na favela onde nasceu. E outra coisa: vcs são chatos pra caralho. -- Quem quiser ler a entrevista na íntegra, coisa que eu recomendo absurdamente, eu achei ela aqui ó. |
posted by Arlequina
@ 4:51 PM
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1.12.2006 |
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beber menos álcool beber mais água comer mais verduras comer menos massa comer menos doce fazer ginástica me estressar menos com bobagens me estressar mais com coisas que dão futuro fazer yoga me dedicar mais à faculdade deixar o cabelo crescer passar menos tempo no msn juntar grana e acabar a bendita tatuagem das costas juntar grana e fazer mais tatuagens ler mais livros ver mais filmes e principalmente gastar menos dinheiro
essas coisas que todo mundo promete pro ano novo e ninguém cumpre... |
posted by Arlequina
@ 12:01 AM
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1.06.2006 |
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Interlúdio...
"O Arlequim é o nascimento a todo instante! Pula, dança, sorri, festeja, deseja. Seu valor mais alto é a criação. Mas por ser tão leve o Arlequim não se prende à terra, está sempre no azul, sonhando. Embalado em um mundo de ilusões, cada vez que renasce, desperta para uma nova vida, um novo estado de inocência que por si só é mágico, contagia e empolga. Interessante é ver que hoje ele está dando saltos ao meu lado. Fico feliz de poder viver um pouco deste circo." B. M. M.
Ninguém vivo neste mundo faz idéia do tamanho da sorte que eu tive. Uma felicidade que chega a pesar porque junto com ela vem o medo de perdê-la algum dia por algum motivo. E medo pesa. E essa felicidade que amedronta e pesa foi a maior conquista já feita por mim, mesmo sem qualquer esforço ou merecimento; o que prova o quanto a vida é injusta.
Eu amo cada detalhe que faz de você o personagem mais importante do meu circo.
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Se DEUS me deu licença, eu posso ser ridícula. :) |
posted by Arlequina
@ 3:36 PM
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1.04.2006 |
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Eu gosto muito de reveillon. Gosto mesmo. Não que eu acredite que as coisas necessariamente mudam depois de uma contagem regressiva, mas em geral gosto de todo ritual de mudança, ainda que simbólico. E o que eu acho mais legal no ritual de mudança do reveillon é esse negócio de ter um começo absolutamente emendado num fim. Quem dera se todo fim de ciclo dispensasse aquele limbo horrorendo do vazio e já viesse com um começo emendado. Ainda que simbólico. |
posted by Arlequina
@ 2:28 PM
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