9.23.2009 |
Beatles ou Rolling Stones?
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Antigamente ir ao dentista era sinônimo de dor e tortura. Lembra daquela musiquinha (FANTÁSTICA) que o Steve Martin cantava sobre as alegrias de ser um serelepe dentista sádico no (FANTÁSTICO) filme A Pequena Loja de Horrores? Então.
Mas hoje em dia as coisas estão modernas e a anestesia fortíssima que eles aplicam sem nenhuma prudência deixando a sua cara inteira dormente por 50 horas não permite mais a mesma emoção. Então o dentista precisa se divertir de alguma maneira alternativa, não é mesmo? É justamente por isso que eles enchem a sua boca de ferro e algodão e começam a fazer muitas e muitas perguntas. Claro que não são perguntas que você possa responder com "sim" ou "não", balançando a cabeça ou levantando o polegar. São perguntas como "E seu pai, como está?", "E seu irmão, se forma quando?", "E você, viaja quando?", "Mas e o presidente das Honduras, hein, que situação. O que você acha dessa história toda?", "Você prefere Beatles ou Rolling Stones?"...
E o mais legal é que o meu dentista faz a pergunta, dá ele mesmo a minha resposta, argumenta contra a minha (?) opinião e no final (claro) sempre vence a discussão (?). Isso me irrita TANTO que, sinceramente, eu prefiro os velhos tempos do sadomasoquismo.
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Anedota do dia:
Um brasileiro, visitando Buenos Aires, sai para passear com seu amigo argentino, que o leva para conhecer o famoso Obelisco. Maravilhado, o brasileiro, comenta:
- Que belo monumento! Olha só o tamanho!
O argentino pergunta:
- Sabes o que foi usado de modelo para fazê-lo?
- Não imagino algo tão grandioso... - responde o brasileiro.
- Foi o meu pau! - diz o argentino, com um sorrisinho sacana.
O brasileiro saiu puto da vida com o cara, esbravejando. No dia seguinte ele telefonou para o amigo e combinaram de encontrar-se na mesma praça. Quando o argentino chegou, viu o brasileiro com mais 10 pessoas, todos de mãos dadas, circundando o obelisco.
- O que é isso? O que vocês estão fazendo? - pergunta o argentino, curiosíssimo.
E o brasileiro, com a cara mais cínica do mundo:
- Estamos tentando calcular o tamanho do cu da tua mãe!!!
Riu? Não importa. Foi só pra criar um clima pra comunicar que estou indo pra Buenos Aires Y Montevidéu amanhã. Se deus quiser, daqui a dez dias estou de volta com muitas bizarrices pra contar. Meu mochilão tá pronto e minha camisa da seleção brasileira está esticadinha no cabide, esperando pra pisar nas terras do Maradona com a maior cara de "Hasta la vista, Copa!"
Adiós, muchachos!
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posted by Arlequina
@ 6:51 PM
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9.22.2009 |
Happiness is a warm gun
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Ela gosta das coisas do mundo, é verdade. Mas vício mesmo só um: acabar de chegar. No torpor do acabar de chegar, as cores são fluorescentes, os objetos saltam, os rostos são lindos, as pessoas interessam, os sonhos são possíveis, o abismo é flutuante, toda boca sorri, todo olho brilha, todo barulho canta e a música entra no estômago, e vai subindo até os neurônios, e faz a cabeça explodir de vontade de abraçar o universo. Quando acaba de chegar ela é rica, é alegre, é corajosa, é linda, é dançarina, é rainha, ela pode tudo, ela sabe tudo, ela vai com tudo, ela ama tudo. Ela grita, ri, gargalha, lembra da saudade e até a saudade é boa. Cada membro que se move pra qualquer lugar que seja é um orgasmo. E ela não precisa de nada, nem de você, porque ela tem o mundo.
Quando o efeito vai desbotando, só sobra a vida mesmo como ela é. Mas quem tem um vício, só o tem porque a vida mesmo como ela é não serve. Dói. Espreme. Irrita.
Felizes os que podem ficar. Ela está sempre indo porque só conhece a paz quando acaba de chegar. Onde, é o de menos.
Pra Chris, que padece do mesmo mal e também está sempre chegando.
Aliás... pra todos os arianos, esses malditos.
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posted by Arlequina
@ 12:03 PM
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9.20.2009 |
nabalada.com
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CENA 01 - EXT. - TERRAÇO DA DDK – NOITE
Arlequina e Colombina estão dançando ignorando o resto da festa.
Mané se aproxima da Arlequina.
Mané (sorrindo):
Oi.
Arlequina (séria):
Oi.
Mané:
Vocês são lésbicas?
Arlequina (perplexa):
Hein?
Mané:
Vocês são lésbicas?
Arlequina:
O QUÊ???
Mané:
VOCÊS SÃO LÉSBICAS???
Arlequina (PASMA):
Pergunta a ela!
Mané (se dirigindo à Colombina):
Vocês são lésbicas?
Colombina:
!
Mané:
Não são não né?
Colombina (com a simpatia e o carisma que deus lhe deu):
Cara, como assim?
Gente, que abordagem é essa???
Isso não é jeito de puxar assunto
com uma mulher, menino!
Mané:
Ah, eu já vi tanta coisa nessas baladas
que nem duvido de mais nada!
Colombina:
Não interessa! Isso é muito feio!
O jeito certo de começar uma
conversa sempre é "oi, tudo bom?"
Onde já se viu um negócio desse?
Eu hein! Dá uma volta,
volta aqui e tenta de novo!
Mané:
Ok.
30 segundos depois...
Mané:
Oi.
Arlequina:
Oi.
Mané:
Tudo bom?
Arlequina:
Tudo.
Mané:
Meu nome é Mané.
Arlequina:
Meu nome é Arlequina.
Mané (abraçando a Arlequina com cara de pedreiro):
Prazer. Queria te dar um beijo...
Arlequina:
Foi mal, a gente é lésbica.
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posted by Arlequina
@ 10:02 AM
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9.13.2009 |
Muda o cenário, fica o roteiro
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Nem me lembrava a última vez que tinha ido a um aniversário de criança. Acho que eu mesma era criança, provavelmente. Mas dessa vez não pude escapar e tive que responder à chamada na festa de dois anos do meu priminho. Pior ainda: nas DUAS festas, porque além da pequena reunião familiar pra ver Papai do Céu na novela, também rolou um babado num salão cheio de firula. Gente, as coisas mudaram bastante desde os tempos do cajuzinho e croquete hein? Hoje em dia salão de festa infantil parece o Tivoli Park! As crianças andam de trenzinho voador e cabum, os garçons fazem gracinhas e servem empanados de camarão com catupiry e docinho folhado de chocolate branco da Cacau Show, os adultos jogam bilhar... Que que isso! Mas não pude deixar de observar que três coisas continuam iguais ao que eram há 20 anos atrás. Não sei se é tradicional de família suburbana ou de festa de criança em geral, mas sei que elas estavam lá: Salgadinho agridoce. Isso pra mim sempre foi um mistério. Ninguém, absolutamente NINGUÉM, gosta de pastel de carne moída com passas e açúcar. Ninguém gosta de bacon com ameixa dentro da empada. Por que esses salgadinhos horrendos insistem em aparecer nas mesas? Eles sempre ficam jogados no pratinho até o serviço de buffet começar a escacear. Aí alguma mão distraída acaba catando um por engano e a mesma mão retorna o petisco pela metade porque ninguém quer comer inteiro. Ou então a gente encontra vários desses partidos com as duas metades lá, porque sempre tem alguém que diz "Oooolha o que será isso aqui? Deixa eu partir um pedacinho pra ver... ECA! CARNE MOÍDA COM AMEIXA, QUE NOJO!" Toda mesa de festa tem um prato com esses salgadinhos rejeitados completamente mutilados. E o buffet nunca desiste de inclui-los no cardápio. MISTÉRIO. A guerra das lembrancinhas. Aqueles enfeites que decoram as mesas também são um mistério pra mim. A idéia é que cada família convidada tenha direito a um, mas nunca rola assim. Tudo bem que eles têm ficado cada vez mais criativos, mas gente... POR QUE SE FAZ TANTA QUESTÃO DE ENFEITE DE MESA? Será possível que toda festa tem que ter uma briga de família seríssima porque o enfeite da mesa da tia fulana é mais bonito, na mesa da tia ciclana tem três enfeites ao invés de um, o tio beltrano tá levando enfeite pro filho dele que nem veio, etc etc? E quem gosta de verdade MESMO de ficar colecionando souvenir de festa de aniversário de dois anos? Acho o cúmulo da pobreza, prontofalei. Tricotagem. No mais, o básico sempre rola. Quem tá mais gordo, quem tá mais magro, quem tá sumido e só aparece em festa, quem deu cria, quem morreu, que tá mais bonito, quem tá uma moça, quem chegou de namorado novo, quem tá mal vestido, quem tá de escova mal feita, quem bebe demais e faz barraco. No fim das contas, acho que só mudou mesmo o cenário. Pelo menos foi pra melhor. Agora salão de festa tem até sinuca, veja que coisa! Só pelo fato de ter tido o que fazer durante o show do mágico, já fiquei feliz. Melhor ainda com docinho da Cacau Show. :) |
posted by Arlequina
@ 11:17 AM
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9.08.2009 |
Eu boicoto o mal
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Nesse fim de semana fui a uma feijoada duma galera universitária descolada em clima de paquera. Já tinha ouvido falar de um cara figuraça que estuda com esse pessoal e é famoso por tomar remédio controlado e falar verdades com licença poética. Foi de fato um enorme prazer conhece-lo pessoalmente, principalmente por causa do episódio que presenciei.
Uma das meninas da turma está grávida e começou a botar barriga agora. Quando ela chegou, imediatamente formou-se aquela roda de mulher em volta fazendo festinha, palpitando sobre o sexo do neném, querendo saber se chuta, se dá enjôo, se dá desejo, se engorda, etc etc. No que o tal carinha invade a conversa surpreso com a novidade e exclama: "Que liiiiiindoooo! Você tá graaaaaávidaaaa! Eu não sabiiiiaaa!". A mamãe orgulhosa abriu aquele sorrisão e apresentou o namorado, provavelmente esperando que ele também fosse congratulado pelo feito.
Mamãe: Olha, Asdrúbal, esse aqui é o meu namorado!
Asdrúbal: Você é o pai da criança?
Papai (meio sem-graça, meio orgulhoso): Sou...
Asdrúbal (seríssimo, encarando o papai): VOCÊ ESTÁ ESPALHANDO O MAL. O MAL!
Então virou as costas e saiu.
Todo mundo ficou com cara de bunda naquele clima "cri. cri.", que se desfez numa risada coletiva logo em seguida. "Aaaaaah esse Asdrúbal vem com cada uma né gente? Só ele mesmo! Rá rá rá!"
Eu ri. Mas ri querendo dizer que compreendo, que concordo, que acho certo, que ele é a pessoa mais sábia daquela roda de conversa, que loucura é procriar num mundo como esse. Como, infelizmente, a licença poética naquele recinto não era minha, deixa falar quem pode. |
posted by Arlequina
@ 8:03 PM
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