E mais uma vez estamos de volta para falar daquele que tanto me persegue. O tédio. Antes que exploda, preciso dizer que o tédio é algo que sempre me surpreende pela quantidade de configuração na qual ele consegue se apresentar na minha vida. Até quando tudo é novo e tanto acontece, o tédio escapa de dentro, me lembrando que nada, absolutamente nada tem sentido algum. Que ninguém, absolutamente ninguém tem poesia alguma. Que tudo, absolutamente tudo é patético.
PATÉTICO.
Muda a embalagem, a cor, a língua, o lugar. Mas é todo mundo patético. Tanta vaidade, tanto cadê-minha-identidade, tanto preciso controlar isso, preciso mostrar aquilo, preciso esconder aquele, tanto, tanto, taaaaanto que ai. E quando não quero mais? Posso não querer mais? Cansei. E agora?
Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio.*
TÉDIO.
*Opiário |