8.31.2006 |
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*o mozilla as vezes sofre de incapacidade de decodificar acentos. se for o caso, deixa de preguica e abre o blog no explorer*
grata |
posted by Arlequina
@ 3:42 PM
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Claro que tem filme que eu não gosto, mas só por dois momentos na minha vida eu quis ser a moça que escolhe quem vai ganhar o Troféu Framboesa. Ou no mínimo, ter um tomate e/ou um ovo podre ao alcance da mão dentro do cinema. Um desses momentos foi quando eu vi Revelações. O filme é chato até a última ponta, não acontece porra nenhuma, nota-se um esforço gigantesco pra deixar a Nicole Kidman FEIA (veja bem o tamanho do sacrilégio) e a grande revelação é (tchanam!): Anthony Hopkins é NEGRO! NEGRO! Anthony Hopkins. De Hannibal. Negro! Tem um amigo meu que gostou. E o argumento dele pra ter gostado foi "Pra mim é um filme ótimo sobre pessoas." E desde quando o fato de um filme ser "sobre pessoas" o torna ótimo? Shreck é sobre ogros e é muito melhor.
Tem filme que parece uma pegadinha do diretor. Você sente vontade de ficar até acabar de passar os créditos só pra ver se depois vai surgir a voz dele dizendo "Te peguei, otário!". Mesmo que não aconteça isso, você se sente otário, só por ter perdido irrecuperáveis horas da sua vida e dinheiros da sua carteira vendo aquela porcaria. Três horas esperando por um desfecho que nunca acontece e no fim das contas descobrir que Anthony Hopkins é negro. Só pode ser pegadinha.
E outro que parece uma piada joselítica é Closer. Eu sei, eu sei, vocês gostaram de Closer. Eu sei, todo mundo gostou de Closer. Uma maravilha de filme sobre dois cornos que não param de chorar e duas nêgas que não sabem pra qual dos dois cornos querem dar afinal de contas. Aí elas revesam de corno: uma hora a Julia Roberts tá com um, mas querendo tá com o outro que tá com a Natalie Portman que queria na verdade estar com o outro que tá com a Julia Roberts. Então elas trocam e eles choram. Aí descobrem que uma queria mesmo estar com o corno da outra então destrocam e eles choram de novo. E assim prossegue o troca-troca patético e o chororô interminável, acompanhados por muitas e muitas discussões de relacionamento onde todo mundo quer ser moderno mas ninguém quer ser corno. COMO PODE UMA PORRA DESSA SER BOA???
Mas tudo bem, você gostou, seu amigo gostou, sua namorada se indentificou com um dos diálogos, aquela porcaria "reflete de maneira muito sensível e profunda a realidade dos relacionamentos pós-modernos e das pessoas que parecem ser bem resolvidas mas no fundo são carentes e possessivas". Clap Clap Clap. Mas pelo menos cem pessoas não gostaram. Cem. Esse é o número de gente na comunidade "Odiei o filme Closer", no orkut. Mas devo dizer que "cem" é um número arredondado, porque fazem parte da comunidade também os defensores da arte do "cinema profundo e feito com diálogos inteligentes". Eles entraram lá com a nobre missão de destacar que quem não gostou do filme é porque não teve capacidade de entender. Ou seja, ou você gosta, ou você é burro. Provavelmente todos eles estão também na comunidade "Chico Buarque gosta de traveco e eu sei disso porque sou profundo e perceptivo". São as pessoas muito inteligentes. Bom pra elas.
E quando eu achei que Closer jamais poderia ficar pior, surge aquela versão da música tema feita pela Ana Carolina. "É isso aí... Um vendedor de flores... Ensinar seus filhos... A escolher seus amores..."
q!
Não me pergunte de onde saiu o tal do vendedor de flores (da letra original que não foi). Só sei que ele deve ter gostado de Closer também. E deve duvidar da minha capacidade de compreensão de filmes profundos. Realmente, achar bonito ver dois cornos discutindo relacionamento durante três horas sem parar não é pra qualquer um. Só pra quem é muito sensível AND inteligente. O resto que vá ver Piratas do Caribe. |
posted by Arlequina
@ 2:45 PM
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8.20.2006 |
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A vizinha morreu. Menina bonita, reservada e mais ou menos da minha idade. Foi atropelada, passou uma semana na UTI e morreu ontem.
Daí vocês me perguntam: como eu sei disso? To sozinha em casa e quase não interajo com vizinhos, só o amistoso "bom dia-boa tarde-boa noite" quando cruzo com um ou outro na portaria. Tampouco interagia com a menina que morreu, já que ela era mais reservada ainda. Pra falar a verdade, não me lembro de sequer ter tido a oportunidade de dar "bom dia" pra ela nem pra mãe dela (igualmente discreta) nos dez anos que moro nesse condomínio. Mas quando a mocinha sofreu o acidente vieram três (eu disse TRÊS) vizinhos em momentos diferentes aqui em casa com a missão de me dar a notícia. "Menina, a Rafaela foi atropelada. Tá muito mal no hospital... Tá na UTI. " Que resposta esperavam além de um constrangedor "Huuum... coitada né?". Não necessariamente porque eu não estivesse me importando com o sofrimento dela, mas simplesmente porque eu não tinha ABSOLUTAMENTE NADA o que dizer! Tinha? Aí dia desses um quarto vizinho me interceptou no caminho entre a portaria e a minha casa pra me contar detalhadamente o quadro da menina, como tinha sido o acidente, em que hospital ela tava, que a situação tava muitíssimo complicada e que ele achava que ela não resistiria. E novamente o que eu tinha a dizer? ABSOLUTAMENTE NADA! "Huuum... coitada né?".
Então ontem a vizinha morreu. Claro que o informe chegou sem que eu o chamasse. Vários informes. E um deles veio acompanhado de um oferecimento de carona pra ir ao velório. Mas peraí? COMO ASSIM VELÓRIO? O velório, que eu saiba, (me corrija se eu estiver errada) serve pras pessoas darem uma última olhada na pessoa querida, pra consolarem os parentes, pra compartilharem lembranças boas que o falecido deixou. Como eu poderia me encaixar em qualquer uma dessas possibilidades? Disse que não ia não, obrigada. Ficaram chocadíssimos. E tenho certeza de que, na falta de assunto e intimidade com a família na reunião de condomínio do velório, vai ser colocada em pauta a insensibilidade terrível da menina da casa 15.
Ora mas francamente! Solidariedade é uma coisa muito bonita na maioria das vezes, mas essa obrigação de fingir uma coisa que não se sente, um consolo impossível de ser dado, essa mania de usar a falsa preocupação pra transformar a tragédia de alguém num folhetim, isso sim é a maior falta de respeito DO MUNDO!
-- Aí lembrei que ano retrasado uma quase-vizinha igualmente nova morreu de maneira igualmente trágica. Acontece que essa eu conhecia relativamente bem. Só que tinha um detalhe: eu não gostava dela e tampouco ela de mim. E não era segredo, todo mundo sabia que a gente não se gostava. E nem era aquele caso de amizade lindíssima que foi terminada com uma briguinha e permaneceu terminada por causa de orgulho e tal. Eu nunca tive grandes amizades com ela e não gostava porque não gostava, do mesmo jeito que não gosto de um monte de gente e que um monte de gente não gosta de mim também. Daí ela morreu e ali eu realmente me comovi, mas porque eu sou muito amiga de uma prima dela e tenho ótimas relações com a família dessa minha amiga, obviamente parentes da falecida. Então o clima de tristeza chegou até mim, mas preferi não ir ao velório nem enterro mesmo assim. Com que cara eu ia chegar lá? O que eu diria pra mãe, irmã, irmão, pai, se TODO MUNDO sempre soube que a gente se detestava? Se eu fosse a mãe dela e me visse lá me encheria de porrada. Provavelmente aquela senhora muito distinta e adepta às normas sociais jamais faria isso. Mas deveria, caso eu me metesse onde não devia. Então não fui. Mesmo com esses motivos, minha mãe achou o cúmulo do absurdo eu não ter apoiado minha amiga num momento tão difícil etc e tal e me deu um sermão gigante que, naquele momento, me fez sentir a pior pessoa do universo. Somente duas noites depois tive coragem de ligar pro celular dela pedindo desculpa pela minha omissão e tentando explicar a falta de apoio, que eu não levo jeito pra essas coisas, que tenho dificuldade de lidar com isso, mas que se ela precisasse de qualquer coisa eu estava a disposição. Ela não atendeu. Liguei de novo e ela não atendeu de novo. O peso triplicou. Realmente deveria estar muito sentida comigo. Dormi mal. Mas de manhã minha amiga me ligou de volta... ... se desculpando porque não ouviu o telefone tocar pois estava no show do Los Hermanos. E me convidou pra ir na casa dela pra me contar as novidades da noite anterior. Que coisa, não? -- Pode não parecer, mas se tratando de alguns assuntos eu sou uma pessoa um pouco ética. E minha ética não permite fazer pieguice e dramalhão com o sofrimento sincero dos outros. E muito menos fingir que é meu. O melhor que eu posso fazer num caso como esse, é desejar (sem nenhuma ironia), uma boa viagem pra Rafaela. |
posted by Arlequina
@ 10:03 AM
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8.18.2006 |
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Acabei de arrumar um novo vício: Edith Piaf. E antes que algum engraçadinho comece com a ladainha "Nossa, Deborah, como você está mudada, quem te viu e quem te vê, blá blá blá e etcétera" (deus me livre, como esse papo me enche o saco) eu já digo que realmente não sou a mesma pessoa não. Porque pessoas crescem (ou deveriam crescer) e descobrem coisas novas (ou deveriam descobrir). Então ainda amo metal farofa, pinto as unhas de preto e engraxo minha coleção de botas (my preeeecious) todo mês. Mas agora, além disso, amo a Edith Piaf. To completamente apaixonada por essa nêga. Arriada. Escutando over and over again sem parar. A mãe dela era cantora de cabaret, o pai acrobata, a avó dona de bordel e ela foi "descoberta" cantando na rua por esmolas, veja só que coisa. Edith Piaf nasceu pra ser lenda. A voz dela, a sensualidade dela, o olhar dela, a história dela, tudo encanta. Tá até me dando vontade de aprender francês. Só pra poder cantar as músicas em voz alta. Então, meus queridos amigos da UFS que me apelidaram carinhosa & ridiculamente (e muito contra a minha vontade) de "Deborah Metal"... sugiro que agora troquem o apelido pra "Deborah La Môme Piaf". Pode ser? Não? Merda. : |
posted by Arlequina
@ 7:27 PM
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8.10.2006 |
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Devagar e sempre
Vc percebe que tá quaaaase na hora de se formar quando recebe uma carta dizendo que tem que se inscrever pro provão.
Alô estatística de desempregados do sudeste... To chegando hein! |
posted by Arlequina
@ 8:10 AM
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