8.31.2009
Onde desliga?
 
"Eram três horas da tarde. Peguei um tamborete e me sentei. O garçon apareceu. Cara de solitário. Não tinha sobrancelha nenhuma. Cruzinhas verdes pintadas nas unhas. Um tipo maluco. Não havia como evitá-los. A maior parte do mundo estava doida. E a parte que não era doida era furiosa. E a parte que não era doida nem furiosa era apenas idiota. Eu não tinha chance. Só aguentar e esperar pelo fim. Era trabalho duro. O trabalho mais duro imaginável." (Pulp - Bukowski)


Às vezes dói, né?
posted by Arlequina @ 11:23 AM   0 comments
 





8.26.2009

 
Amizade de segunda – parte 2

Com tanto stress pra comprar ingresso pro jogo do Vasco, meu sábio inconsciente resolveu fingir que nada de pior poderia acontecer depois daquilo. Eu fiquei entorpecida com a felicidade de rever meu amigão depois de anos, conhecer a namorada fofinha dele, botar fofoca em dia, falar pra cacete. Quando acordei do transe já estava no Maracanã cercada de vascaíno por todos os lados e gritando mentalmente “MEU DEUS DO CÉU O QUE QUE EU TO FAZENDO AQUI?” Mas era tarde demais.

O Anderson queria ficar na arquibancada onde as torcidas organizadas se organizam pra cantar músicas, fazer ola, soltar balões e eventualmente distribuir porrada em quem estiver do lado, vascaíno ou não. Mas GRAÇAS A DEUS os ingressos esgotaram e triste foi sua frustração por não realizar o sonho de sentar na torcida mais amigável e boazinha de todas: a Força Jovem. Daí ele cismou que, como a gente só podia ficar nas cadeiras, tinha que ser exactamente em baixo DAQUELA arquibancada da FJ, “pra sentir a energia.” Tratei de pensar rápido e arrumar um jeito de convencê-lo a ficar do outro lado do Maraca, porque eu sei lá o que a doce e amistosa Força Jovem tinha preparado em casa pra tacar em quem estivesse em baixo, em cima, aos lados, na frente. Se fosse só morteiro e xixi ainda seria moleza, mas o futebol é uma caixinha de surpresa e nunca se sabe a novidade que vai aparecer a cada jogo. Então mandei o caô de “Poxa, Anderson, olha lá que maravilha de ângulo! É melhor ficar de longe, porque aí você vê todo aquele espetáculo da torcida: tambores, clarins, bandeiras gigantes com um mascote feio roubado descaradamente do Iron Maiden, ... Vai ser muito mais legal!” Colou.

Aí começou o jogo e eu pensei “Ah, é só uma horinha e meia, rapidão passa, não vou nem sentir.” Pra me distrair, observava o que acontecia em volta. Ao meu lado, uns coroas comportados perceberam logo que eu era peixe fora d’água ali, puxaram assunto, acharam bonitinho eu estar passando por aquilo em nome da amizade e foram bastante simpáticos. Na minha frente, uma mãe novinha torcia fervorosamente e dava várias explicações muito detalhadas sobre regras de futebol e história do Vasco pro seu filho adolescente. Achei bonito. Já na cadeira de trás, um moleque com uns dez anos e sem nenhuma mãe mostrava que, além de já saber muito sobre futebol e Vasco, ele também era profundo conhecedor de palavrões e xingava toda sorte de impropérios imagináveis.

Aí o Vasco faz gol. Gritos, urros, batuques, abraços, Anderson tirando a camisa e girando no ar feito um maluco, e eu lá com cara de “É... gol, né...” A mesma cena se repete três vezes e eu sem saber onde botar a mão, o pé, a cara. Ressaltando que o time adversário era o Ipatinga, então goleada não é mais que obrigação, ok? Mesmo assim, é muito estranho estar num lugar onde TODOS vibram por um motivo em comum MENOS VOCÊ. Lembrei da sensação de quando tive que ir a cultos da Igreja Universal na época da minha monografia. Naquele caso era cool ser diferente, afinal eu era uma estudiosa, uma pesquisadora, uma intelectual. Mas ali eu era apenas uma flamenguista no meio de uma torcida do Vasco e isso não é NEM UM POUCO cool. E pra tudo ficar AINDA MAIS divertido, o moleque da boca suja farejou a minha presença e ficou fazendo provocações, gritando pros urubus que sobrevoavam o estádio: “Vai pra casa, urubu filha da puta! Flamenguista vai tomar no cuuuuú!” Ignorei. A gracinha foi piorando ao longo do jogo e lá pro meio do segundo tempo ele se esgoelava cantando uma música sobre o Flamengo ser time de “puta, viado e ladrão.” E eu fiz cara de “q!” e os coroas do meu lado riram e Anderson riu e a namorada dele riu e eu quis que um morteiro voador da FJ caísse em mim e me matasse.

Mas sobrevivi e cheguei em casa crente que tava abafando com a minha história. Acontece que as meninas que trabalham na loja do meu primo me desbancaram. Uma era macaca velha de Maracanã e a outra iniciante. Trajando lindas camisas oficiais do time, resolveram ir ao jogo de ônibus, partindo de um ponto EM FRENTE À SEDE DA FORÇA JOVEM. Segundo elas, o buzão estava tão cheio e zoado, que tinha gente em cima (EU DISSE EM CIMA!) do veículo. Daí a polícia pára a algazarra no meio do caminho, desce todo mundo, mão na parede, passam mais dois ônibus em semelhante condição, são parados também, aí sai confusão, aí sai tiro, aí elas saem correndo e de algum jeito conseguem chegar ao estádio, mesmo atrasadas. Não satisfeitas, as donzelas ainda sentam na arquibancada da FJ. Até que a bonitinha que nunca tinha ido ao Maraca - portanto não conhecia os hinos da torcida - toma um pescotapa dum malaca porque não está cantando, e resolve se mudar pra arquibancada branca. E o Anderson achando que pra ficar na FJ de boa era só aparecer com a cruz de malta no peito. Vai sonhando, paulista!

Aaaaah a paixão do brasileiro por futebol, hein... Que bonito é, né gente? Mas pra mim já deu, enchi o saco! Não quero ouvir falar de futebol nunca mais na vida até a Copa do Mundo, valeu?

Beijomeligaquandooflamengofizergol.
posted by Arlequina @ 7:30 AM   4 comments
 





8.24.2009

 
Amizade de segunda – parte 1

A minha conversa com o meu psicoterapeuta publicada no post abaixo dá toda a explicação introdutória do episódio que vou narrar. Mas, em minha defesa, preciso ressaltar que não sou essa mané toda com qualquer coleguinha. Digamos que existem umas três ou quatro pessoas com esse poder de hipnotizar meu Zé Pelintra e fazer florescer a SANTA que há dentro de mim. O Anderson está entre elas. Ajuda o fato de que há uns 3 anos não nos vemos e da última vez nos despedimos brigados (eu não me lembro bem o motivo, mas ele insiste que a culpa foi minha). Então, além de bajular esse mariquinha naturalmente, ainda havia certa sensação de dívida a pagar, que ele sabiamente implantou na minha cabeça pra usar num momento oportuno como este.

Resignada e com um carma a cumprir, acordei cedo em dia de chuva e saí rumo à fila quilométrica pra comprar ingresso pro Vasco e Ipatinga (QUEM?). O motivo da multidão sedenta por ingresso não é necessariamente o Vasco ser o time mais popular do Rio de Janeiro (até porque não é), mas esse seria um jogo de comemoração de 111 anos que o Vasco não ganha um título de aniversário do time. Meu irmão, que é legal às vezes apesar de vascaíno, ficou com peninha do metrô lotado que eu teria que encarar e se ofereceu pra me levar de carro ao clube do Fluminense, um dos pontos de venda. Pensei “Opa, maravilha, chego lá em vinte minutos, levo meu mp3zinho pra suportar uma hora na fila, o céu ainda tá só nublado, nem vai doer.”

Acontece que a Avenida Brasil estava engarrafada. Aliás, não apenas engarrafada. Estava parada, travada, congelada. A única coisa que se mexia ali eram os vendedores ambulantes de Biscoito Globo, que tiveram tempo de andar de ponta a ponta da avenida umas vinte vezes, enquanto os carros andavam uns 2 quilômetros a cada cinco horas. Quase que a gente fez as três refeições do dia compostas apenas de Biscoito Globo.

Enfim chegamos ao Fluminense. Meu irmão - que tem o gene da bondade, mas não o da otarice - me largou lá e foi embora. CLARO que nesse momento começou a chover. A fila nem tava tão grande, então AINDA MANTIVE O BOM HUMOR e segui em frente. Menina prevenida que sou, fui logo perguntar ao segurança se aceitavam Visa Electron, porque quem circula no Rio tem esse costume de não carregar na carteira pouco mais dos dez reais que a gente tem que dar pro ladrão em caso de assalto. Ele disse que sim, aceitavam Visa Electron. Abro meu guarda-chuva e me instalo no fim da fila. Quarenta minutos de dilúvio depois, chego ao caixa e a mulher diz que não aceita meu documento de meia entrada não. Então eu começo a perder o bom humor, porque dar dez reais pro Vasco ainda vai, só que VINTE já seria sacanagem. Reclamo, xingo, choro, chamo a caixa do lado, finjo que não percebo que todos os vascaínos do mundo querem me bater por ter travado o andamento da fila e finalmente convenço a mulher de me vender duas inteiras e uma meia. Aí estendo meu cartão pra pagar pensando “ufa, acabou!” quando ela me diz “Ah, a gente não aceita Visa Electron não!” TÁ DE SACANAGEM COM A MINHA CARA! Me dirijo ao mesmo segurança reclamando do absurdo, da injustiça, da desinformação, do desrespeito, da imoralidade, do senado, da crise nos EUA, da gripe suína, do descongelamento das geleiras. Até que ele fala “Calma. Você dobra ali à ixquierda na rua das Laranjeiras, anda um pouquinho e tem um Banco do Brasil. Aí você volta, fala comigo e vem direto pra esse caixa sem passar na fila de novo, ok?” Ta.

Sigo eu rumo à rua das Laranjeiras (só pra lembrar, DEBAIXO DE UM DILÚVIO), em busca do Banco do Brasil. Aí ando. Ando. Ando. E NADA DE BANCO! Nem do Brasil, nem 24 horas, nem caça níquel, NADA. Vinte minutos de caminhada depois, surge uma agência. Saco a porcaria do dinheiro e faço todo o percurso novamente (só pra lembrar de novo, DEBAIXO DE UM DILÚVIO). Olho pro segurança com uma cara de bandido da luz vermelha e ainda escuto “Nossa, você demorou!”. Eu resmungo que o banco não era exatamente “logo ali”. Então ele fala “Ué, mas virando ali À DIREITA tem uma agência! Tenho certeza!” Respirei fundo (pelo menos o mais fundo que o meu nariz entupido permitiu) e me dirigi ao caixa. Obviamente o pessoal da fila não sabia do meu combinado com o energúmeno do segurança e achou que eu tinha passado direto porque sou um charme de nariz escorrendo, tênis eslameado e capuz pingando. E começou a protestar em voz alta, muito alta. Ignorei e deixei que o segurança descascasse o abacaxi sozinho, porque eu já tinha tossido tanto que estava rouca e, mesmo se não estivesse, não gasto voz me explicando pra quem torce pra time de segunda divisão.

Comprei a porcaria dos ingressos e mandei a mensagem pro celular do meu amigo avisando que ele e a namorada podiam vir e, de preferência, trazendo um milhão de dólares pra me pagar de indenização por danos físicos, morais e psicológicos. Só o processo de comprar os ingressos foi tão estressante que eu SEQUER me dei conta de que o pior ainda estava por vir: O JOGO NO MARACANÃ! Mas isso é assunto pra segunda parte.
posted by Arlequina @ 3:31 PM   0 comments
 





8.21.2009

 
Se aproveitam da minha nobreza

deb says:
;*
anderson vem me visitar aqui no rio! :D

Raphael says:
quando anderson vai?

deb says:
amanha, caso eu compre ingresso pro jogo do vasco

Raphael says:
jogo do vasco?
e ele curte?

deb says:
aí a bestona aqui vai pra fila do ingresso ficar lá em pé duas horas, no maior vento e chuva, TÍSICA, pra ver o amigo que impõe CONDIÇÕES pra uma visita
diz ele que é muito vascaíno

Raphael says:
ué, você jogou esse mesmo argumento?

deb says:
ele disse que se eu não comprar o ingresso ele não vem

Raphael says:
oxe velho
estaile, ein?
e você me conta isso com cara de feliz
=P

deb says:
é pq eu sou assim, paga pau de amigo
vc nunca reparou não?

Raphael says:
uma coisa é isso, outra é ser OTÁRA
=P

-

Eu deveria ter aprendido na época de colégio.
posted by Arlequina @ 9:30 AM   0 comments
 





8.20.2009

 
De madrugada

Serguei: Eu sou um ser meio bissexual...
Jô Soares: Mas meio bi é mono!
posted by Arlequina @ 8:40 AM   0 comments
 





8.19.2009

 
Acho que Deus tá me castigando por eu ter dito por aí que a gripe suína era uma mentira inventada pelos americanos pra distrair o mundo e vender remédio.


Essa tosse não acaba nunca? :(
posted by Arlequina @ 1:24 PM   0 comments
 





8.14.2009

 
Sóbria na balada - a Série

Parte 2: oivocêvemsempreaqui?


Sou um desastre paquerando. Inclusive quando tem um gatinho claramente me dando mole. Um desastre. E até então não havia percebido.

Se for parar pra pensar, eu nunca fui muito de pegação em balada, mas, até onde me lembro, era opcional. Geralmente ia pra night com um grupo de amigos e a minha atenção era completamente voltada a eles. Isso porque na minha época de baladeira TRUE eu morava numa cidade pequena e entediante, onde todas as pessoas que me interessavam em qualquer aspecto já chegavam nas festas comigo. Se saísse no lucro, era amigo de amigo, primo de amigo, vizinho de amigo, enfim, rolos que nunca precisaram de muitos esforços pra surgir.

Mas pensemos em situações extremas como, por exemplo, o carnaval. Tenho lá os meus complexos, é verdade, mas no quesito atributos físicos, não sou de se jogar fora. Mesmo desajeitada e de maquiagem borrada, já ganhei muita caipirinha de graça e já distribuí muito número de telefone. As ruas de Olinda que o digam. E quando morei nos EUA? A despeito dos dez quilos a mais, meu sotaque brasileiro parecia canto da sereia em qualquer bodega. Isso quer dizer que eu não deveria depender dos contatos dos meus amigos, certo? Porque a história mostra que, no que concerne à paquera, sempre houve alguma coisa que me permite andar com as próprias pernas. É beleza? É charme? É pomba-gira? Não. É álcool. Era.

Sóbria, sou um desastre. Não encaro porque não consigo manter contato visual. Não chego pra conversar porque forças ocultas impedem que eu me aproxime de desconhecidos. As mesmas forças ocultas que me impedem de abrir qualquer brecha para desconhecidos se aproximarem de mim. Gente, como faz? Minha amiga me cutuca e diz: "Olha ali, aquele cara não tira o olho de você, hein!" Então eu viro e percebo que o ele realmente não tira o olho de mim. Aí olho pro chão. Pra cima. Pro lado oposto. Viro de novo e ele ainda ta olhando pra mim. Minha amiga manda encarar. Eu encaro irritada porque não gosto de gente que não conheço olhando pra mim. Aí o cara fica com medo e desolha. Ou é corajoso e chega perto. Então começa um papo ridículo de "oi-qual-é-seu-nome-o-que-você-faz-onde-você-mora-quer-ir-pra-um-lugar-mais-sossegado?" Não, não quero. Porque a verdade é que, quando eu to sóbria, todo e qualquer menino que me apareça em balada não vale a ida pra nenhum lugar mais sossegado. Menino de balada tipo Casa da Matriz tem cara de playboy. E se for balada alternativa, tipo samba em Santa Tereza, tem cara de sujo. Ou de gringo. Ou é gringo. Ou usa sapato estranho. Ou se veste mal. Ou dá preguiça de conversar. Ou dá preguiça de beijar. Ou tá bêbado demais. Xô.

A questão é que minha galera de outrora hoje está espalhada pelo mundo. Não vou mais à farra dentro de uma bolha hermeticamente fechada contendo apenas amigos e amigos de amigos. Na situação atual, me conformo com uma ou duas companheiras de festa que no fim das contas sempre acabam se dando bem por saber fazer a dança do acasalamento com muito mais desenvoltura. Eu, chata e fina, fico sozinha. Meu império caiu.

E foi assim que cheguei à conclusão de que nunca mais vou ficar com ninguém. Maravilha.
posted by Arlequina @ 8:57 AM   0 comments
 





8.12.2009

 
To mal humorada, irritada, deprimida e não quero saber de absolutamente NADA que não seja refinadamente engraçado. Nem simpatia. Aliás, tampouco simpatia.


To assim.
posted by Arlequina @ 8:44 AM   0 comments
 





8.11.2009

 
Gabriela

Todos reunidos na mesa do café da manhã assistindo um BOM DIA RJ aí desses, ansiosamente esperando uma reportagem sobre um cano arrebentado que alagou a rua das Opalas. Convenhamos, não é todo dia que se vê Rocha Miranda na TV.

Finalmente, a matéria. Moradores são entrevistados, reclamam, mostram estragos, outros dão tchauzinho. E nós reconhecemos o seu José da Casa do Colchão, a dona Angélica do Sacolão, o Pedrinho dos Doces. Então o repórter anuncia que vai mostrar a destruição na casa da Gabriela, antes mesmo de mostrar a tal moça. No que o tio Manel estranha:

- Mas a Gabriela mora em Turiaçu.
- Mas essa é outra Gabriela, né, Manel!, tia Nina explica.
- Mas a Gabriela mora em Turiaçu!
- Puta que pariu, Manel! Tu deixa de ser teimoso, pomba! Só tem essa Gabriela no mundo, caceta? Essa Gabriela que vai aparecer aí não é a que mora em Turiaçu!
- Oh, mulher ignorante! Não se pode falar mais nada que já vens aí toda cheia de pedras nas mãos! Ora pois, se a Gabriela não mora em Turiaçu...

Todos riem, tia Nina desiste e a reportagem está quase chegando ao fim. É aí que o tio Manel comenta:

- Olha lá! Aquilo ali foi filmado aqui em Rocha Miranda...

--

Modernização

Certa feita, tio Manel desliga a TV e anuncia que Coimbra mudou de nome: agora chama-se Imbra. Por quê? Ora, porque Coimbra é uma cidade que cresceu, oh pá. As cidades quando crescem fazem isso mesmo, mudam de nome. Coimbra agora é Imbra, deu no repórter.

Em um outro momento, tio Manel assiste TV na companhia da tia Nina. No que passa a propaganda de um plano odontológico chamado IMBRA. Tio Manel, alegre com a possibilidade de confirmar a sua informação, logo chama a atenção da esposa:

- Não te disse que Coimbra mudou de nome? Olha aí, estão até a passaire a reportagem de novo!

--

Parece piada, mas é minha família. Com muito orgulho.
posted by Arlequina @ 9:04 AM   0 comments
 





8.10.2009

 
Você é uma pessoa entorpecida.

Você sabe que se trabalhar ganha dinheiro. Sabe que tem que pagar as contas, comer no prato, cagar na privada. Sabe que se diz bom dia quando é de dia, boa noite quando é de noite, que se ajuda o próximo, se anda vestido na rua e se toma banho pra não feder. Sabe que videogame distrai, cozinhar dá trabalho, andar cansa, dirigir estressa, refletir confunde e sentir dói. Você funciona direitinho. Como um robô modelo standard, vem com o básico: uma história triste na infância, um amor mal resolvido, uma cara sorridente, amigos no trabalho, família em outra cidade e TV de LCD.

Mas você não é um robô. Você é uma pessoa entorpecida. Dormente.

Você nem é nem ruim nem nada. Não é nenhum crime nem pecado ser dormente, não é nada demais. Inclusive, acho que o único passo em falso que você deu na sua vida foi esse que te fez cair na minha. Desde então, todas as vezes que eu penso em você eu queria que você estivesse morto. Não que eu te odeie. Não, você não é do tipo que desperta ódio. Mas só pelo simples fato de que gente assim não faz nenhuma falta no mundo. Só gasta água quando toma banho e dá descarga. Nossa preciosa água, hoje tão escassa...
posted by Arlequina @ 7:13 PM   0 comments
 





8.04.2009

 
Depois que tive um surto de iluminação e decidi passar um tempo ficando sóbria na balada, o grande desafio tem sido encontrar maneiras alternativas de me divertir. Até que me veio a brilhante idéia de narrar todas as mazelas e dificuldades da vida de quem permanece a noite inteira com plena consciência de si e do mundo a seu redor. Quando se abre mão de dois itens importantíssimos da clássica trilogia, o que sobra além do rock and roll? Não muito. Porém, se você sempre quis saber como os sóbrios enxergam o universo mas nunca teve coragem de parar de beber, sorria! Eu farei o sacrifício no seu lugar!



Sóbria na balada - a Série

Parte 1: pose, charme e elegância


A primeira dificuldade que senti foi arrumar alguma coisa pra fazer com as mãos. Porque além de tudo eu sou ex-fumante recém-chegada no clube: três longos meses sem nicotina. Habitualmente, uma mão sempre me serviu pra segurar o cigarro e a outra pra segurar o copo (ou garrafa, ou caneca, ou taça, whatever). Agora parece que tenho dois órgãos sobrando no corpo. O que fazer? Ficar jogando o cabelo prum lado e pro outro a noite toda? Se tivesse cabelos lisos, sedosos e brilhantes seria até charmoso. Já que não tenho, nunca mais poderei ir pra festa de saia. Agora só calça jeans com bolso na frente pra enfiar pelo menos uma mão enquanto apóio a outra na parede.

Descobri também que não sei dançar sóbria. Na verdade, provavelmente também nunca soube dançar bêbada, mas certas misturas de limão com destilado podem facilmente coagir meu cérebro a pensar que sou filha de Ana Botafogo com Carlinhos de Jesus. No entanto, dentro das limitações que a consciência do senso do ridículo me impõe, quando não to em pé com a mão no bolso, to sentada com a coluna ereta e a perna cruzada, olhando pro nada.

E foi assim que percebi de repente que sou fina. Chique. Elegante. Esbanjo charme. Pelo menos segundo um ou outro bêbado mais interativo que, ao detectar minha presença, fica intrigado acerca de quem é essa pessoa misteriosa de maquiagem inteira às três e meia da manhã. Eu digo quem é: alguém que está morrendo de tédio porque não sabe dançar nem paquerar sóbria, portanto fica parada com cara de taca fingindo que é blasè.

Bêbados, não se enganem. Eu sou uma farsa.
posted by Arlequina @ 9:19 AM   0 comments
 




il libretto

 

Rss


"Em qualquer terra em que os homens amem. 
 Em qualquer tempo onde os homens sonhem.
 
                                                        Na vida."

Máscaras - Menotti del Picchia

 

outros palhaços

 

Ai Minha Santa Aquerupita!
By Julia
Meu Melhor Amigo Gay
Quero te pegar sóbrio
Cara de Milho
Humano e Patético
Bodega da Loli
Café e Cigarros
Flor de Hospital
Diário de Trabalho
Homem é Tudo Palhaço
Vida Bizarra
A Casa das Mil Portas

 

clap

 

Opera Bufa
Desenblogue
Pérolas para porcos
Piores Briefings do Mundo
Malvados
Vida Besta
Omelete
Danilo Gentili
Wagner & Beethoven
Ryotiras
Vai trabalhar, vagabundo!
Follow the Colours
Design On The Rocks
Puta Sacada
4P
Anões em Chamas
Kibe Loco

 

o carnaval que passou


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